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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Um Santuário para Chimpanzés



Instalação em Sorocaba tem 70 mil m2 de abrigos para animais maltratados em trailers de circo e zôos precários

Giovana Girardi

Alex é um argentino musculoso, bonitão. Por anos exercitou os bíceps, o peito e as costas em uma barra no circo onde trabalhava no interior de São Paulo. Hoje, aposentado, vive com a parceira Carol. Apesar de se gostarem bastante, não têm um relacionamento íntimo. Sua boa aparência disfarça seqüelas dos maus-tratos que sofreu no antigo emprego, o que impede que ele se interesse sexualmente por ela.

O dilema comum a muitos seres humanos é realidade para este casal de chimpanzés. Quando Alex ainda era pequeno, teve todos os seus dentes arrancados de uma vez só para que não machucasse seus tratadores no circo. Em momentos de forte estresse e perturbação, ele grita muito ou se masturba, com medo de ser levado de volta ao circo.

Os dois vivem hoje em uma espécie de casa de repouso animal com mais 36 outros indivíduos da mesma espécie que compartilham com eles traumas semelhantes. Depois de tanto tempo fora do seu hábitat, vivendo em trailers de circos ou zoológicos precários, esses bichos perdem as referências da vida selvagem e suscitam um dilema: o que fazer com eles?

Na África, santuários de chimpanzés buscam a reintegração na floresta, tarefa que está longe de ser fácil (veja texto ao lado). Mas no Brasil e em outros países do mundo essa não é uma opção, uma vez que eles não fazem parte da natureza. Devolvê-los para seu continente de origem também está fora de cogitação. Lá, nem mesmo os animais nativos têm sossego. Os daqui não teriam a menor chance de sobrevivência. Colocá-los em um ambiente para curtir a aposentadoria parece mesmo a melhor saída.

Foi isso que o empresário de origem cubana Pedro Ynterian pensou ao criar o santuário perto de Sorocaba, onde hoje vivem 38 chimpanzés entre outros animais da fauna brasileira. Ao todo, são mais de 200 bichos. Tudo começou com Guga, que hoje tem 7 anos e foi adquirido por Ynterian com apenas alguns meses quando ele ainda acreditava que o bebê-chimpanzé nada mais seria que um animalzinho de estimação. A convivência em um apartamento mostrou que a situação era bem mais delicada.

De comprador ilegal de animais selvagens ele virou um defensor da espécie no Brasil. Convenceu seu fornecedor a lhe entregar os adultos que ele mantinha encarcerados apenas para reprodução, passou a estudar com afinco o comportamento dos chimpanzés e se associou ao Projeto Grandes Primatas (GAP, na sigla em inglês), movimento criado pelo filósofo Peter Singer que defende que os macacos tenham os mesmo direitos que os humanos. Com o aprendizado, iniciou a construção do santuário, que hoje tem 70 mil metros quadrados só de recintos para os animais.

Com a ajuda de apenas uma veterinária e alguns tratadores, Ynterian lida com adultos traumatizados. Vitor, de 9 anos, chegou há apenas um mês de um circo e ainda está se integrando ao grupo. Ele não tem um braço e fica tenso ao ver pessoas desconhecidas por perto. Luke, de 12 anos, já gosta de gente e tem fixação por sapatos. Billy, também de 12 anos, às vezes passa horas na frente do espelho se reconhecendo.

Mais fácil é trabalhar com alguns chimpanzés crianças, que chegaram pequenos ao local e estão crescendo de modo relativamente próximo ao natural.

Sete infanto-juvenis liderados por Guga, por exemplo, chamaram a atenção no ano passado de um grupo de antropólogos e primatologistas da Universidade de São Paulo, que planejaram observar como ocorrem as alianças tão características da espécie. Entre eles, já dá para observar a tentativa de Carlos, o segundo na hierarquia, de superar Guga. Entretanto, o projeto não foi para frente.

Para Ynterian, há limites em quanto é possível ser natural. Os recintos não têm árvores, porque ele acredita que há risco de os chimpanzés arrancarem galhos e tentarem fugir através das cercas elétricas. Nem todos podem viver em grupo, porque alguns são tão perturbados que ou agridem os demais ou podem, em caso de stress, se automutilarem.

Na alimentação, o empresário fornece, além de frutas, algumas guloseimas, como refrigerante e bolachas, com a desculpa, típica de pai que mima os filhos, de que eles já estão acostumados. 'Não adianta querer que eles cacem cupim para comer. São seres diferentes, chimpanzés civilizados que gostam de dormir em lugar limpo, com cobertor. Estão acostumados ao mundo que criamos para eles. Comem o que a gente produz. Não dá para ignorar isso', diz.

INTEGRAÇÃO POLÊMICA

Ynterain acredita que seu santuário é a prova da capacidade de integrar os chimpanzés à sociedade. 'Trabalhamos para que eles vivam bastante, mas também queremos mostrar que eles têm capacidade de se desenvolver. Estou construindo uma escolinha para que possam desenhar, pintar, ver TV, 'ler' revista. São inteligentes, entendem a civilização. Eles não vão voltar para a mata, seu futuro é aqui, então vamos fazer o melhor por eles.'

Apesar de a idéia do santuário ser louvável, uma vez que esses animas vivem hoje em condições infinitamente melhores que as anteriores, dizer que se trata de 'chimpanzés civilizados' soa um pouco estranho. De um modo geral, primatologistas e estudiosos de comportamento animal consideram que o ideal é deixar o bicho em cativeiro o mais perto possível da sua vida selvagem.

Claro que até pela proximidade genética dos chimpanzés com os seres humanos é natural vê-los como 'pessoinhas'. 'Mas não podemos aculturá-los. Chimpanzés vindos de situações críticas acabam ficando muito dependentes dos homens. Mas o ideal é tentar reconstituir sua natureza, diminuir a interação com os humanos e deixar que eles aprendam a viver com seus iguais. O melhor para o chimpanzé é viver como chimpanzé', afirma o etólogo Eduardo Ottoni.

Integrar à natureza é complicado e estressante

A discussão sobre o que é melhor fazer com chimpanzés resgatados de cativeiro é ainda bastante acalorada. Nas últimas décadas, várias tentativas de reintrodução em florestas da África acabaram frustradas, com a morte prematura dos animais – seja porque eles não conseguiam cuidar de si mesmos nem se integravam ao grupo selvagem ou porque viravam alvos fáceis de caçadores.
Uma iniciativa que parece estar dando certo é do grupo Help Congo, uma organização liderada pela francesa Allette Jamart que há cerca de 15 anos combate o comércio ilegal de chimpanzés no país e, na medida do possível, tenta devolvê-los à mata.
Recentemente o trabalho foi registrado pelo Discovery Channel no documentário Chimpanzés do Congo, o Caminho para Liberdade. Mesmo em condições bastante propícias, e apesar de bem-sucedida, a experiência não se mostrou nada fácil. Assim como Ynterian, Allette criou alguns órfãos desde que eles eram bebês. A diferença é que eles cresceram em semicativeiro, em uma ilha onde aprenderam a viver em grupo e conseguiam se alimentar sozinhos, apesar de receberem visitas diárias dos pesquisadores e um suplemento alimentar.
Quando alcançam a maturidade, é chegada a hora da transferência. O documentário mostra como isso foi feito com um grupo de quatro adultos e um bebê que viviam juntos. Separadamente, eles foram anestesiados e levados da ilha até a floresta. Quando lá chegaram, foram postos em uma gaiola, objeto desconhecido por eles e que gerou pânico, mas a idéia era ambientá-los aos sons e cheiros da mata antes de enfrentarem o desconhecido. Outros chimpanzés que já haviam sido reintroduzidos foram chamados para deixar o ambiente mais familiar. Ainda assim, ao serem soltos, os primeiros momentos foram dramáticos. Um deles chegou a ficar perdido por 21 dias, mas três meses depois aparentemente todos estavam bem.
Fonte: http://txt.estado.com.br/editorias/2006/12/10/ger-1.93.7.20061210.4.1.xml



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Un Santuario para Chimpancés

La instalación en Sorocaba (S. Paulo, Brasil) tiene 70 mil metros cuadrados de recintos para animales maltratados que vivían en remolques de circos y en zoologicos precarios.

Giovana Girardi (Diario el Estado de S. Paulo, domingo 10/12/2006)

(Diario de mayor circulación en el Brasil)

Alex es un argentino musculoso, boniton. Por años ejercitó sus biceps, el pecho y las espaldas en una barra de hierro de un circo donde trabajaba en el interior de S. Paulo. Hoy, retirado, vive con su compañera Carol. A pesar de estar apasionados, no tienen un relacionamiento intimo. Su apariencia buena esconde las consecuencias de los malos tratos que sufrió en su antiguo empleo, lo que impide que él se interese sexualmente por ella.

El dilema comun a muchos seres humanos es una realidad para esta pareja de chimpancés. Cuando Alex era todavia pequeño todos sus dientes fueron arrancados de una vez sola, de forma que no mordiese a sus cuidadores en el circo. En momentos de fuerte stress y perturbación, el grita mucho o se masturba, con miedo de ser llevado de vuelta al circo.

Los dos viven en una especie de casa de reposo animal con mas de 36 otros individuos de su especie, que comparten con ellos traumas similares. Después de tanto tiempo fuera de su habitat, viviendo en remolques de circos o zoologicos precarios, esos animales pierden las referencias de la vida selvaje y crean un dilema: qué hacer con ellos?

En Africa, santuarios de chimpancés buscan su reintegración en la selva, tarea que está lejos de ser facil (vea texto adicional). Mas en el Brasil, y en otros paises del mundo esa no es una opción, una vez que ellos no hacen parte de la naturaleza de esos paises. Devolverlos para su continente de origen también está fuera de consideración. Allá, ni los mismos animales nativos, tienen tranquilidad. Los de aqui no tendrían la menor chance de sobrevivencia. Colocarlos en un ambiente para disfrutar su retiro parece la mejor salida.

Fue eso que el empresario de origen cubana, Pedro Ynterian, pensó al crear el santuario cerca de la ciudad de Sorocaba, donde viven 38 chimpancés junto con otros animales de la fauna brasilera. Al todo, son mas de 200 animales. Todo comenzó con Guga, que hoy tiene 7 años de edad y que fue adquirido por Ynterian con unos pocos meses de nacido cuando él pensaba que aquel bebe chimpancé podría ser un animal de estimación. A convivencia en un apartamento rapidamente mostró que la situación era bien mas delicada.

De comprador ilegal de animales selvajes se convirtió en un defensor de la especie en el Brasil. Convenció al criador de chimpancés a entregarle los adultos que usaba para reproducción intensiva, y pasó a estudiar con intensidad el comportamiento de los chimpancés, associandose posteriormente al PROYECTO GAP DE PROTECCIÓN DE LOS GRANDES PRIMATAS (GAP PROJECT, en ingles), movimiento creado por el filosofo australiano Peter Singer, que defiende que los primatas tengan los mismos derechos que los humanos. Con lo que aprendió, comenzó la construcción del Santuario, que hoy solo en recintos tiene 70.000 metros cuadrados para dar abrigo a los animales.

Con la ayuda de una sola veterinaria e varios cuidadores, Ynterian administra adultos traumatizados. Vitor, de 9 años, llegó hace apenas 1 mes de un circo y todavía se está integrando al grupo. A él le falta un brazo y entra en tensión cuando personas desconocidas están cerca. Luke, de 12 años, ya gusta de humanos y tiene fijación por zapatos. Billy, también de 12 años, a vezes pasa horas frente al espejo reconociendose.

Mas facil es trabajar con chimpancés bebes, que llegaron pequeños al local y están creciendo de forma relativamente proxima a lo natural.

Siete infanto-juveniles lidereados por Guga, por ejemplo, llamaran la atención el año pasado de un grupo de antropologos y primatologos de la Universidad de S. Paulo, que planejaron observar como ocurren las alianzas caracteristicas de la especie. Entre ellos, ya da para observar la tentativa de Carlos, el segundo en la jerarquia, de superar a Guga. Sin embargo, el proyecto no se realizó.

Para Ynterian hay limites en cuanto es posible ser natural. Los recintos no tiene arboles, porque él cree que los chimpancés arrancarán las ramas para tentar huir de las cercas electricas. Ni todos pueden vivir en grupo, porque algunos son tan perturbados que atacan los demas, o pueden, en casos de stress, automutilarse.

En la alimentación el empresario ofrece, ademas de frutas, algumas golosinas, como refrescos y galletas, con la disculpa tipica del padre que malcria a sus hijos, de que “ya ellos están acostumbrados”. “No adelanta querer que ellos capturen hormigas para comer. Son seres diferentes, chimpancés civilizados que gustan de dormir en un lugar limpio, con su frazada. Están acostumbrados al mundo que creamos para ellos. Comen lo que nosotros producimos y comemos. Es imposible ignorar eso”, dice.

INTEGRACIÓN POLEMICA

Ynterian cree que su santuario es la prueba de la capacidad de integrar los chimpancés a la sociedad. “Trabajamos para que ellos vivan muchos años, mas también queremos demostrar que ellos tienen la capacidad de se desenvolver. Estoy construyendo una Escuelita para que puedan hacer diseño, pintar, ver TV, “leer” revistas. Son seres inteligentes, que entienden la civilización. Ellos no van a regresar para la selva, su futuro es aqui, entonces, vamos a hacer lo mejor para ellos”.

A pesar de la idea del Santuario es encomiable, una vez que eses animales viven hoy en condiciones infinitamente mejores que las anteriores, decir que se trata de “chimpancés civilizados” suena un poco extraño. De un modo general, primatologos y estudiosos del comportamiento animal consideran que lo ideal es dejar al animal en cautiverio lo mas cerca posible de la vida selvaje.

Claro que hasta por la proximidad genetica de los chimpancés con los seres humanos es natural verlos como “personiñas”. Mas no podemos transformar su cultura. Chimpancés que vienen de situaciones criticas acaban muy dependientes de los hombres. Mas lo ideal es intentar reconstruir su naturaleza, disminuir la interacción con los humanos y dejar que ellos aprendan a vivir con sus iguales. Lo mejor para el chimpancé es vivir como chimpancé, afirma el etologista Eduardo Ottoni.

INTEGRAR A LA NATURALEZA ES COMPLICADO Y CREA TENSION

La discusión sobre lo que es mejor hacer con los chimpancés rescatados es todavia bastante polemica. En las ultimas decadas varios intentos de reintroducción en selvas de Africa acabaran frustradas, con la muerte prematura de los animales – sea porque ellos no supieron cuidar de si mismos ni se integraban a los grupos en vida libre o porque se convirtieron en presa faciles de los cazadores.

Una iniciativa que parece está teniendo exito es del Grupo HELP CONGO, una organización dirigida por la francesa Allette Jamart, que lleva cerca de 15 años combatiendo el comercio ilegal de chimpancés en el pais, y, en la medida de lo posible, reintegrandolos a la selva.

Recientemente el trabajo fue expuesto por el Discovery Channel, en su documental "Chimpances del Congo, el camino para la Libertad". A pesar de las condiciones ser favorables e con algun exito obtenido, la experiencia no resultó nada facil. Asi como Ynterian, Allette crió algunos huerfanos desde que ellos eran bebes. La diferencia es que ellos crecieron en un semicautiverio, en una isla donde aprendieron a vivir en grupo y se alimentaban sin ayuda, a pesar de recibir visitas diarias de estudiosos y hacerles disponible un suplemento alimentar.

Cuando llegan a ser adultos llega la hora de la transferencia. El documental muestra como eso fue hecho con un grupo de 4 adultos y un bebe que vivían juntos. Separadamente ellos fueron anestesiados y llevados de la isla a la selva. En la misma fueron puestos en jaulas, un objeto desconocido por ellos, que provocó panico, mas la idea era ambientarlos a los sonidos y olores del lugar antes de enfrentarlos a lo desconocido. Otros chimpancés que ya habían sido reintroducidos fueron llamados para convertir el ambiente en mas familiar. De todas formas, al ser libertados los primeros momentos fueron dramaticos. Uno de ellos llegó a estar perdido 21 dias, mas tres meses despues todos todavia estaban bien. G. G.







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